Blog

O Estado e a Produção Audiovisual – Parte 01

Panorama histórico

O cinema começou no Brasil em 1896, quando o empresário e emigrante italiano Vito de Maio trouxe para o País a primeira câmera de cinema. Em seus primeiros anos, a atividade cinematográfica era mais próxima de um hobby daqueles que tinham acesso às câmeras. Com a ampliação do acesso aos equipamentos, entretanto, iniciou-se a produção nacional e surgiram as primeiras “salas de espetáculo”, como eram chamadas as salas de exibição.

O Estado teve na época o primeiro contato com o cinema: o Decreto nº. 6.562, que trata de questões de segurança nas salas de espetáculo e da regulamentação dos profissionais ligados à área (artistas, maquiadores, cenógrafos, figurinistas, laboratoristas etc.). Em 1916 o Decreto nº. 12.124 concedeu autorização à Companhia Películas D’Luxo da América do Sul Ltd. para funcionar no País; posteriormente essa empresa passaria a ser conhecida como Paramount Films (S.A.) Inc. Outros decretos publicados entre 1907 e 1928 tratam de questões de segurança nas salas de exibição, mas não do cinema em si. Portanto é coerente afirmar que não houve uma política cultural relacionada ao cinema durante os primeiros anos de sua existência no Brasil, período que vai de 1896 a 1930. Acredita-se que a justificativa para isso é que nesse período o cinema ainda era algo limitado à elite econômica do País, ainda não havia se tornado um entretenimento conhecido e popular.

O período de 1923 a 1930 compreende os chamados “ciclos regionais” de produção, quando o eixo Rio-São Paulo deixou de concentrar o volume total de filmes produzidos. Os ciclos ilustram como os realizadores isolados conseguiram produzir algumas obras, mas logo foram à falência por não terem retorno financeiro e por não conseguirem competir com os filmes sonoros que vinham dos Estados Unidos.

À época das chanchadas, o cinema brasileiro profissionalizou-se e tornou-se indústria. O momento coincidiu com a época de recessão nos Estados Unidos após a quebra da bolsa, em 1929. Depois desta fase, que vai de 1930 a 1955, não houve outro período de tamanha auto-sustentabilidade do cinema nacional.

Na próxima parte os primeiros passos na longa caminhada de uma política cultural.

Você acha que a realidade da indústria audiovisual brasileira hoje é muito distante do que ocorria na década de 1920, especialmente para os profissionais fora do eixo Rio/São Paulo? Deixe sua opinião nos comentários abaixo!

Entre para a lista de produtores antenados

Receba dicas semanais de como transformar suas ideias em produtos audiovisuais e como financia-los...Grátis!