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Milhões de Reais desperdiçados todos os anos

Você sabia que só ano passado, R$117.175.863,00 (cento e dezessete milhões, cento e setenta e cinco mil, oitocentos e sessenta e três Reais) deixaram de ser usados para fazer filmes?

Pois é, todos os anos um volume enorme de recursos vai para os cofres do governo, porque não são investidos em projetos culturais, inclusive projetos audiovisuais, claro.

Imagine quantos longas, médias, curtas, festivais etc. poderiam ser viabilizados com R$117 milhões de Reais.

 

Agora a pergunta que não quer calar: POR QUE ISSO ACONTECE? 

Todos os anos o governo faz uma projeção de valores de impostos que irá abrir mão como renúncia fiscal em cada setor da economia, inclusive a cultura. Muitos dos mecanismos de financiamento à produção independente utilizam justamente recursos oriundos de renúncia fiscal, como a Lei do Audiovisual, por exemplo. Porém, essa projeção feita pelo governo não é alcançada, ou seja, os recursos existem para ser investidos, mas o investimento não é feito nos projetos.

Eu acredito que em boa parte pelos seguintes motivos:

1.Falta de informação. 

Muitos realizadores não sabem como buscar esses recursos.

2. Mitos sobre acesso aos recursos.  

Criou-se uma cultura de escassez de recursos, que faz os realizadores acreditarem em vários mitos, como o de que só projetos de celebridades conseguem recursos públicos ou de que há muitos projetos para poucos recursos.

3. Faltam bons projetos. 

Não confunda boas ideias com bons projetos. Há várias histórias super interessantes que seus idealizadores não conseguem viabilizar, porque não conseguem organizar a produção em forma de um bom projeto. E quando falo em projeto, não estou falando de formulário com objetivo, justificativa, orçamento e afins. Estou falando de projeto de gerenciamento — escopo, qualidade, riscos etc.

 

O que você pode fazer para acessar esses recursos?

Seguem algumas sugestões:

1. Informe-se. 

Já ouviu falar de SalicNet? E do OCA da Ancine? Essas são ótimas fontes sobre a realidade da produção audiovisual brasileira. Além de continuar acompanhando o Produtor Antenado, claro 😉

2. Questione o status quo.

Quando você observa as ações estabelecidas, e percebe que elas beneficiam uma parcela pequena da sociedade, questione. Busque entender como funcionam as instituições de cultura do governo federal, estadual e municipal, e questione suas práticas.

3. Entenda que cinema (vale para qualquer mídia) é arte e é indústria.

Linguagem e estética são aspectos da arte da atividade cinematográfica, que a maioria dos realizadores conhecem muito bem. Mas muitos esquecem de entender os aspectos do negócio do cinema. E sem o equilíbrio nessa balança vai ser sempre complicado conseguir os recursos necessários para financiar sonhos, digo filmes. Você não precisa fazer um curso de economia ou administração para entender o negócio do cinema. Você pode frequentar mercados de conteúdo, como o RCM, por exemplo.

 

Faz sentido pra você? Acha que consegue criar esses hábitos?

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