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Você diz que é difícil viver de cinema no Brasil?

ALERTA para veteranos e iniciantes:

As palavras tem poder. Ou por que você precisa parar de dizer: “Fazer cinema no Brasil é muito difícil!”

Como diz o ditado, a grama do vizinho sempre parece mais verde.

Quando paramos para pensar no cenário ideal para a produção audiovisual imaginamos que outros países estão anos luz a nossa frente. Muitas vezes os expoentes da indústria de determinados países são tão noticiados pela mídia que pensamos que trabalhar por lá deve ser muito mais fácil que no Brasil.

Mas a verdade é que não é bem assim. Produzir de forma independente, ou seja, sem a participação de grandes estúdios exige muita disposição em qualquer lugar.

Depois de trabalhar muito para conseguir uma bolsa de estudos consegui fazer meu mestrado em animação no Reino Unido. Vários dos meus colegas do mestrado batalham muito para viver de animação. São animadores que estão no Canadá, Taiwan e mesmo em Bristol — cidade que abriga o conhecido estúdio de animação Aardman e vários estúdios como os da BBC — não há emprego para todos os animadores e cineastas que moram por lá.

Quando visitei Moscou em 2011 e tive o privilégio de conhecer o diretor Stanislav Sokolov no estúdio Soyuzmultfilm fiquei ainda mais fascinada com a qualidade do trabalho. Os cenários e bonecos das animações são ainda mais impressionantes ao vivo do que projetados em telas. E mesmo com mais de 70 anos de história do estúdio, a produção do filme de 90 minutos em que o diretor trabalhava estava parada por falta de recursos financeiros.

Há alguns meses conversava com o criador da Animation Across Borders, o polonês Piotr Kardas justamente sobre esse assunto. Estávamos em um festival internacional de animação, e a maioria dos brasileiros com quem ele havia conversado se mostravam maravilhados com a idéia de trabalhar com animação na Polônia. Eles diziam que no Brasil é muito difícil, que entrar no mercado é muito difícil, que conseguir dinheiro para produzir é complicado etc. E o Piotr me disse: na Polônia é exatamente da mesma forma! Mas isso não pode nos fazer desistir de criar! A empresa dele é um empreendimento de um homem só e ele tem apenas 29 anos. Cansado de ficar a mercê dos grandes distribuidores que davam preferência a longas metragens de ação filmada (live action) ele resolveu criar sua própria empresa de distribuição, que se dedica a distribuir filmes de animação de curta-metragem.

O caminho é esse: ver uma oportunidade, tomar uma atitude e batalhar até dar certo!

A Polônia e a Rússia tem um longo histórico de boas produções premiadas em festivais ao redor do mundo. Mas o que faz esses filmes se destacarem dos demais não é a quantidade de recursos financeiros empregados no projeto, mas a adequação da utilização dos recursos e a qualidade do trabalho. As produções costumam apresentar soluções muito criativas com relação aos recursos visuais que são animados, o espaço onde se produz e os equipamentos utilizados. O Brasil tem uma diversidade cultural enorme, o que não faltam são histórias a serem contadas.

Então, quando virmos uma oportunidade precisamos tomar uma atitude o mais rápido possível. O tempo passa e o que antes parecia uma grande idéia perde a sua importância. Agir com rapidez muitas vezes faz toda a diferença. É o que eu estou fazendo com o Produtor Antenado. Espero que vocês se inspirem para levar a frente os seus projetos.

Entre em ação: escreva nos comentários qual o projeto que você vai começar a levar a frente!

Obrigada pela companhia e fique antenada!

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